Arquivo para dezembro 2006

Curta às sextas: Os Olhos do Pianista

dezembro 15, 2006

Na época do cinema mudo, os pianistas guiavam a emoção da platéia nas salas de exibição. O curta de hoje é uma animação que entra nesse universo. Dirigido por Frederico Pinto, o filme recebeu cinco prêmios e participou de nove festivais nacionais e internacionais.

Nada como o cinema, para esquecermos um pouco dessa corrupção oficializada protagonizada pelos parlamentares brasileiros.

Link: Os Olhos do Pianista

Sinopse: Em um cinema mudo, pianista cego executa trilhas ao vivo com a ajuda de sua neta.

Vergonha nacional

dezembro 15, 2006

Tenho até vergonha de escrever esta notícia: os congressitas brasileiros aprovaram um aumento de 90,7% nos próprios salários e passarão a receber, mensalmente, R$ 24.500, o que equivale a 8 mil euros.

A meu ver, os “lulíticos” do Congresso já estão de olho nas eleições para presidente da Câmara dos Deputados e do Senado e adocicaram, com dinheiro público, o bico guloso dos nossos ilustres parlamentares, garantindo assim apoios aos alidados do Presidente da República.

É o Lula do vale tudo. E não adianta reclamar, afinal, essa política recebeu o aval da população, que reelegeu o canditato do dito “Partido dos trabalhadores”.

E ainda faltam mais quatro anos…

(Foto: Brasil.business)

Ponto de Análises disponibiliza e-mail

dezembro 14, 2006

A partir de hoje o blog está disponibilizando um email para que as pessoas possam enviar sugestões de posts, tirar dúvidas, fazer reclamações, etc. É uma forma de contato “não pública” dos leitores com os colaboradores do Ponto de Análises. Veja o endereço na coluna da direita.

Empresas investem no social

dezembro 14, 2006

Estou impressionado com os investimentos nas comunidades, feitos por grandes empresas no Brasil. É voz corrente nas instituições a necessidade de haver ações de responsabilidade social. O governo também faz sua parte editando leis de incentivo à cultura e ao esporte, por meio de benefícios fiscais que são concedidos às empresas que patrocinam e apóiam atletas e artistas.

A Telefônica, empresa espanhola que atua no Brasil, é um grande exemplo de companhia que faz um excelente trabalho junto à sociedade. A Fundação Telefônica, criada em 1999, para controlar os investimentos sociais do grupo no Brasil, faz parcerias com entidades sem fins lucrativos e o resultado dessas ações é visível, sobretudo na área da inclusão digital. Veja um vídeo de uma campanha da empresa:

A notícia que leva à cadeia

dezembro 13, 2006

De janeiro deste ano até agora foram presos 134 jornalistas, em 24 países. As detenções foram decretadas pelo simples fato desses profissionais exercerem a função de informar. Os casos mais graves de perseguição aos profissionais estão na China, Etiópia, Eritréia e Cuba. Já nos Estados Unidos, país que se auto-denomina um grande exemplo democrático, houve casos de jornalistas presos por se recusarem a identificar suas fontes. Outro dado interessante é que quase um terço dos jornalistas detidos publicaram informações na rede mundial de computadores.

Mais informações no Código Aberto, de Carlos Castilho.

(Foto: Jornalistas.com)

O estudo da língua portuguesa

dezembro 12, 2006

Republico aqui um post do professor Manuel Pinto, da Universidade do Minho, publicado no blog Jornalismo e Comunicação, que pode ser útil “para quem usa e estuda a língua portuguesa”:

“Está há cerca de um mês disponível na Internet o Corpus do Português, um trabalho de dois investigadores de universidades norte-americanas que se basearam numa série gigantesca de estudos e documentos sobre a língua, quer históricos quer actuais, nomeadamente de jornais nacionais e regionais, de Portugal e do Brasil.

O site permite pesquisar mais de 45 milhões de palavras em mais de 50.000 textos em português: palavras exatas ou frases, lemas, classes gramaticais, ou qualquer combinação dos itens anteriores. O corpus também facilita a comparação da frequência e distribuição de palavras, frases e construções gramaticais através de textos, através de três processos:
– Registro: comparações entre o falado, a ficção, o jornalístico, e o acadêmico
– Dialecto: Portugal versus Brasil no século XX
– Período histórico: comparação da expressão linguística de 1300 a 1900.

O corpus possibilita igualmente consultas de índole semântica. Por exemplo, a diferença de significado entre duas palavras relacionadas, pode ser determinada através da comparação e contraste das palavras vizinhas. Pode-se encontrar a frequência e a distribuição de sinônimos de mais de 20.000 palavras e comparar esta freqüência em registros ou países diferentes, ou inclusive ao longo dos séculos.”

Prêmio Pulitzer para jornalismo online

dezembro 12, 2006

O jornalismo online acaba de ser reconhecido como categoria por um dos mais conceituados prêmios de jornalismo do mundo: o Prêmio Pulitzer. Já na edição de 2007 serão aceitos como candidatos trabalhos digitais dos jornais, como gráficos animados, blogs ou vídeocasts.

É bom, mas…

dezembro 11, 2006

Depois de uma semana de descanso, volto a atualizar o blog listando algumas observações desses meus primeiros dias no Brasil. Vamos às “questões” e aos fatos:

Logo ao chegar no aeroporto de São Paulo nota-se que o país é mesmo muito comunicativo. Todas as pessoas conversam, mesmo que não se conheçam. Basta estar junto em um elevador ou em alguma fila, pra começar o bate-papo. A voz geral nos terminais aéreos é o atraso nos vôos, que virou uma coisa rotineira nos aeroportos brasileiros, por incompetência do governo federal.

Ao aguardar na fila, para pegar o ônibus da empresa aérea que faz o trajeto entre o aeroporto internacional de São Paulo e o doméstico, de onde eu seguiria para Vitória, o funcionário da empresa começa a me contar alguns dramas. Era domingo e ele estava trabalhando para um colega que não pôde ir porque teve o irmão evangélico e trabalhador morto pela polícia, por engano. Os policiais entraram na festa de aniversário do rapaz, de 21 anos, e atiraram, matando sete inocentes, num bairro da periferia paulistana.

O mesmo funcionário contou ainda que um amigo dele de infância, que trabalhava como porteiro durante a noite, ao chegar em casa, logo de manhãzinha e após uma longa jornada de trabalho, ia guardando sua moto na garagem quando foi abordado pela polícia. Foi confundido com alguns assaltantes que tinham acabado de agir na região e foi levado preso. Ficou oito meses na cadeia, mesmo não tendo sido reconhecido por testemunhas. Só saiu da prisão depois que o pai vendeu a casa onde morava para pagar um advogado.

Chegando no aeroporto doméstico, vejo um pequeno tumulto. No centro da confusão estava uma mulher carioca, ao berros, vermelha de raiva, atirando roupas da mala na funcionária da companhia aérea, por esta estar lhe cobrando um absurdo por excesso de bagagem. A funcionária fazia cara de paisagem enquanto calças e camisas voavam. A carioca dizia estar sendo assaltada e, num arrombo brasileiro de revolta, não estava nem aí pro escândalo. Não pude conter um sorriso.

Já na sala de espera para vir até Vitória, um senhor se aproxima e pede uma informação. Depois começa a falar e falar e me conta a vida dele toda, em detalhes. Do mesmo jeito que veio, foi embora, acredito que mais aliviado por ter desabafado. Mais um sorriso.

Já no avião ouço docemente o “sotaque” brasileiro do comandante, dando as boas vindas aos passageiros. Fico encantado com a musicalidade da língua, com a expressividade das palavras entoadas e entendo porque o Brasil é um país musical.

Chegando em Vitória, o céu azul, o sol farto, o clima e o cheiro de cidade praiana é como um acalanto. As pessoas estão bronzeadas, alegres e sorridentes.

Nos jornais, as reportagens falam sobre o verão, as crônicas apelam sempre ao emocional, as notícias cobram dos políticos soluções para problemas sociais, com força e de forma quase agressiva. Os colunistas, irônicos, demonstram o estilo de escrita vigente no país. São críticas muito bem humoradas que me despertam também mais sorrisos.

Entre prós e contras não tenho dúvidas: o Brasil é uma delícia. A conclusão que chego é próxima a de Tom Jobim que, ao se referir a Nova Iorque, disse que morar no exterior é bom, mas é uma merda, e morar no Brasil é uma merda, mas é bom. O sorriso não cabe aqui, mas sim uma grande expressão de introspecção. Melhor carregar o bom do país dentro de você, onde quer que esteja, mesmo que esteja no próprio Brasil.

Blogando do Brasil

dezembro 4, 2006

Depois de uma longa viagem de 36 horas (Braga/Lisboa/Milão/São Paulo/Espírito Santo), tendo passado muito tempo esperando em vários aeroportos, finalmente cheguei à minha casa, em Vitória (foto), no Brasil. Nos próximos três meses estarei postanto direto dos trópicos (e do verão!). Mas, antes de recomeçar, vou matar as saudades da família e dos amigos. Portanto, nos revemos aqui a partir da próxima segunda-feira. Abraço a todos.